Na pista do Baile do Ben: dançar é um ato de consciência, um passo em direção à cultura, à elegância e à alegria
Dançar como ato de consciência



24 de maio de 2025, Club Homs, Av. Paulista. A noite é agradável, e a pista, animada. O público clama: “Benlove, cadê você? Eu venho aqui só pra te ver!” Seu nome ecoa repetidamente. A dança corre em suas veias, a pressão sobe, mas ele demora a aparecer. Espera o momento perfeito; afinal, tudo está nos detalhes. Essa é parte de seu charme, e o público, já acostumado, aguarda impaciente. Quando ele finalmente surge, a pista pega fogo, e o Baile do Ben começa.
Há três anos consecutivos, Ben organiza esse evento para celebrar seu aniversário. O baile tornou-se um conceito, um encontro imperdível para quem entende a dança além do movimento. Observando de perto, percebi que dançar não é apenas o contato físico ou dois corpos se movendo juntos. É construir histórias, criar universos a cada passo, sorriso ou olhar trocado. É provocar emoções no parceiro e compartilhar vibrações em um espaço de confiança e sintonia.


Na pista, aprendemos a seguir o ritmo do outro e a sair do plano comum de uma existência em linha reta, a comunicar com o corpo e a dialogar no silêncio dos gestos. É uma viagem íntima, guiada, lavada pelo respeito mútuo, onde mãos, olhares e passos se unem em uma arte de viver, rir e se descobrir. Não se dança com tristeza; dança-se pela amizade, pela vida, para sentir-se vivo. Para conduzir ou ser conduzido, para ver brilhar, como naquela noite, em que mulheres confiantes reluziam como luas, donas de seus corpos, passos e beleza.


Para Benlove, dançar é paixão. São doze anos ininterruptos na pista, fazendo mulheres brilharem, majestosas, impossíveis de ignorar. Mas a dança também é seu refúgio, uma forma de suportar o exílio (interno ou geográfico?). Uma história que ele não vive sozinho: envolve família, amigos, duas culturas, duas paixões, música e dança, e emoções que ele ainda tenta dominar em suas rimas e poesias. Tudo isso se materializa no Baile do Ben.
Da pista à cultura
Na pista, não há conflitos. Os corpos se cruzam em harmonia, como palavras que se combinam para criar sentido. O Baile do Ben é a união perfeita de ritmos, culturas e encantos; do samba ao zouk, do forró ao konpa. A consciência do ritmo vibra na pele, e cada passo celebra a amizade, a graça e a saúde (o baile, afinal, também marca seu aniversário).

Um poeta que vive a vida
Benlove não se limita a animar a pista. Com sua banda, ele oferece uma experiência narrativa: gestos calculados, palavras que alimentam a mente e a consciência. Sua música mistura ritmos, culturas e realidades: da visão de favela passando pela sua « filha » amada, aos amores perdidos, das estradas sem sinal às ideologias. Entre estúdios, palcos e a pista, ele dança, canta e escreve como um poeta embriagado pela vida.

A filha, a mãe e o pai do Ben.
Por três anos, ele conduziu o Baile com seus próprios recursos e com o apoio voluntário de amigos. Agora, o evento ganha fama e autoridade, reunindo um fã-clube crescente. Mal posso esperar pelo próximo ano para testemunhar, novamente, essa fusão de poesia, dança e histórias tecidas em passos e passos de dança.

Confira a entrevista da Carol do Baile: https://youtu.be/jcYClFnjCSY?si=EM_N5B2p7gGIMvOc
Quer fazer parte?
O Baile do Ben está aberto a parcerias. Entre em contato pelo site: www.benlovebiben.com.br
Artigo: Carlile Max Dominique Cérilia



Aí, a aventura continua…

